Os métodos anticoncepcionais são aqueles que previnem as gestações. Podem ser classificados em três tipos:
Métodos de barreira: preservativo masculino e feminino.
Métodos naturais: tabelinha, coito interrompido, temperatura basal, etc.
Métodos hormonais: pílulas e injeções.
O médico especialista (Ginecologista) é o profissional indicado para ajudar a paciente a decidir qual método deve ser utilizado por ela (1). O melhor método para determinada mulher vai ser aquele que está de acordo com diversos fatores: idade, condições econômicas, necessidades do casal, perfil do parceiro, uso anterior de algum método, histórico de doenças e de problemas orgânicos, etc.
Não há uma idade mínima pré-estabelecida para iniciar o uso da anticoncepção. Entretanto, é necessário que toda adolescente, que esteja pensando em iniciar sua vida sexual, seja avaliada e orientada pelo Ginecologista, a fim de decidir a forma de anticoncepção mais apropriada ao seu caso.
No entanto, os métodos anticoncepcionais naturais e hormonais não oferecem proteção também contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Somente os preservativos masculino e feminino (métodos de barreira), são comprovadamente eficazes na prevenção das DSTs.
O preservativo masculino é um dos métodos mais indicados, principalmente para os adolescentes que estão iniciando sua vida sexual, uma vez que apresenta eficácia de 85% a 95% na prevenção de gravidez, além de possuir eficácia laboratorial comprovada para a prevenção da transmissão sexual de HIV, sífilis, gonorréia, hepatite B, herpes simples, clamídia tricomonas e citomegalovírus (2).
Diversos estudos constataram que casais discordantes (um é soropositivo e o outro é soronegativo para o HIV), que fazem uso constante e correto do preservativo, diminuem significativamente o risco de contaminação e de infecção pelo HIV (3).
Nos últimos anos, tem aumentado o hábito de uso do preservativo masculino pelos brasileiros, mais pelos homens (31%, em média) do que pelas mulheres (11%, em média). Em 1986, apenas 1,7% das mulheres sexualmente ativas entre 15 e 49 anos utilizava o preservativo e atualmente este número chega a 4%. Porém, entre as mulheres mais jovens (de 15 a 29 anos), com vida sexual ativa e que não moram com os parceiros, o uso de preservativo passa a 17% (4).
Estes números indicam que o uso do preservativo masculino ainda encontra barreiras entre as mulheres, fato que pode ser atribuído a três grandes questões comuns ao universo feminino:
1.) O papel da contracepção - as mulheres normalmente optam por métodos que estejam sob seu controle para prevenir a gravidez, deixando de pedir ao parceiro que use o preservativo.
2.) Papel das normas culturais de gênero - culturalmente, a mulher ainda é incentivada a assumir um papel mais passivo nas relações afetivas e sexuais. Muitas encontram dificuldades em exigir ou em negociar o uso do preservativo com o parceiro.
3.) Sexo seguro entre os parceiros estáveis - a crença errônea de que exigir de um parceiro fixo e estável a utilização do preservativo é sinal de falta de confiança, faz com que muitas mulheres se exponham às DSTs. O CRTA (Centro de Referência e Tratamento da AIDS) concluiu que 40% das mulheres HIV positivas foram infectadas enquanto mantinham relacionamento fixo e estável (6).
Portanto, que ainda estamos distantes de uma prática sexual segura e saudável.
Daí a importância de conscientizar e estimular ainda mais a população (principalmente feminina) para o uso de métodos anticoncepcionais eficazes e do preservativo, como um método também seguro para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Referências Bibliográficas:
(1) Abeche, A.M.
Métodos Anticoncepcionais. Medicinal - Temas de Saúde -
www.medicinal.terra.com.br., 2002.
(2) VIEIRA, EM. Anticoncepção em tempos de AIDS. In: GALVÃO, L., DÍAZ, J. (orgs).
Saúde Sexual e Reprodutiva no Brasil - dilemas e desafios. Editora Hucitec Population Council, São Paulo, 1999.
(3) Lamptey P. & Goodridge G. Preservativos. In: Dollabeta, G., Laga, M. & Lamptey, P.
Controle de doenças sexualmente transmissíveis: manual de planejamento e coordenação de programas. Rio de Janeiro. AIDSCAP\ USAID, Associação Saúde da Família / Family Health International, Ed. Te Corá, Rio de Janeiro, 1997.
(4) Bemfam, DHS.
Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde. Rio de Janeiro, 1996.
(5) Gomez CA, Marin BVO. Gender, Culture and Power: Barriews to HIV Prevention Strategies for Women.
Journal of Sex Research, 33(4): 355-62. 1996. ¿ (6) Jornal Folha de São Paulo - Revista da Folha.
Contratos de risco. ano 06, 15/02/1998, p.10.